Fantástico: vídeos inéditos mostram briga entre lideranças do PCC

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O programa Fantástico revela, em vídeos inéditos, a intensa briga interna entre algumas das principais lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC). As imagens, registradas de forma clandestina dentro de presídios e recuperadas pela polícia em celulares apreendidos, mostram discussões acaloradas, ameaças diretas e uma disputa feroz por poder e dinheiro dentro da facção. Logo nos primeiros minutos é possível ver chefes regionais falando em tom exaltado sobre corrupção nos cofres da organização e questionando decisões estratégicas de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, considerado o número 1 do grupo.

Os vídeos expõem nomes de peso, como Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Sousa, o Paca, que contestam o comando central, cobram repasses às famílias de presos e acusam colegas de desvio de recursos do “caixa” da facção. Há momentos em que a tensão sobe a ponto de os líderes declararem que não se sentem mais representados pelo estatuto do PCC, sinalizando uma ruptura no pacto de obediência que durante anos manteve o grupo coeso. Esse racha, segundo investigadores ouvidos pelo Fantástico, foi determinante para a execução de Gegê e Paca meses depois, em uma emboscada no Ceará.

Além do conteúdo das falas, as imagens revelam a estrutura de comunicação montada dentro de penitenciárias de segurança máxima: celulares modernos, acesso à internet e até reuniões por vídeo em tempo real, tudo driblando os bloqueadores instalados pelo Estado. Especialistas entrevistados destacam que a facção movimenta cifras milionárias — estimadas em mais de 30 milhões de reais por mês — provenientes do tráfico de drogas, roubo de cargas e lavagem de dinheiro, o que torna cada cargo interno extremamente cobiçado e gera conflitos como o registrado nos vídeos.

A reportagem também mostra como a polícia chegou aos arquivos. Em operações conjuntas com o Ministério Público, agentes cumpriram mandados de busca em quinze endereços que funcionavam como “casas-cofre” do PCC, recolheram centenas de chips e detiveram integrantes responsáveis pela contabilidade da facção. O material audiovisual passou por perícia, foi transcrito e agora embasa novas denúncias por organização criminosa, lavagem de dinheiro e homicídio.

Por fim, promotores e especialistas em segurança pública ouvidos pelo Fantástico alertam que a guerra interna pode ampliar o ciclo de violência nas ruas, já que facções rivais aproveitam a instabilidade para disputar territórios de tráfico. Ao mesmo tempo, o enfraquecimento da cadeia de comando pode abrir brechas para ações mais eficazes do Estado, desde o bloqueio real de sinal de celular nos presídios até a transferência de líderes para regimes mais rigorosos, numa tentativa de conter o poder do PCC.

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